terça-feira, 20 de abril de 2010
O RÁDIO E A TRANSMISSÃO DO CONHECIMENTO
O RÁDIO E A TRANSMISSÃO DO CONHECIMENTO
Valdeci Cantanhede Costa
É inegável e irrefutável a contribuição do Rádio no processo de transmissão do conhecimento a longa distância. Aliás, o rádio foi o precursor, o pioneiro nesse modelo de educação no Brasil e no mundo e, diga-se de passagem, resistindo ao tempo, afirma–se como um dos recursos pedagógicos da atualidade, não obstante o poder de outras mídias/tecnologias como o computador e a Internet.
Pelo contrário, o rádio é uma mídia versátil e dinâmica que tem facilidade de se adaptar ao contexto e conviver com as mudanças e transformações. Por ser meio de comunicação e de informação de massa mais acessível e que atinge longa distância, ou seja, chega praticamente em todos os lugares não pode ser desprezado como um recurso em potencial para levar conhecimento a milhões de pessoas, sobretudo, aqueles excluídos do sistema convencional de educação.
O rádio é de longe o flerte mais antigo e duradouro da história das tecnologias modernas com a educação, desbancando tecnologias mais recentes como é o caso do vídeo cassete, já aposentado precocemente, com duas ou três décadas de existência. Versátil, ágil e interativo, o rádio é hoje, um dos elementos mais importantes da multimídia, da hipermídia brasileira e mundial.
Modernizou-se. De AM, incrementou a FM para atender a todos os gostos, tendências e exigências do ouvinte. No campo educacional elaborou e promoveu adaptações, criando espaços de interação em tempo real com o estudante através de transmissão de aulas ao vivo, evitando, apenas as gravações.
A pedagogia dialógica é uma especialidade do rádio na modalidade de educação a distância, como a “conversa de pé-de-ouvido”, as “paradas obrigatórias” ao “para refletir” remontam o pioneirismo do rádio no ensino a distância.
Mas, e na educação escolar presencial, o rádio pode contribuir enquanto recurso pedagógico? É possível fazer essa adaptação? Todas as disciplinas podem usar o rádio como recurso didático? Esses são ou podem ser alguns dos questionamentos que rondam a cabeça dos professores por aí a fora quando se trata do uso do rádio, pedagogicamente.
Para responder a esses questionamentos, eu diria que SIM. O rádio é por excelência, um recurso pedagógico autêntico que assim como qualquer outra mídia/tecnologia precisa ser planejado para auxiliar no processo de ensino e de aprendizagem enquanto instrumento facilitador do processo. Com relação à especificidade das disciplinas, todas são acessíveis a essa mídia, embora alguns conteúdos sejam mais propícios, como os de Arte, Sociologia, Filosofia, Língua Portuguesa, História, Geografia, línguas estrangeiras modernas, por exemplo. Evidentemente que, ao explorar esses recursos, ou seja, ouvir uma aula, escutar uma música, ouvir um noticiário, o professor elaborará questionamentos, fará exercícios, demonstrações, pesquisas para incrementar e dinamizar o processo de aprendizagem dos alunos, o que não seria diferente com uso de outros recursos como TV, vídeo, data show, internet, etc.
Como experiência própria, tenho utilizado, algumas vezes, o rádio em sala de aula, para ajudar os alunos do 5º Ano do Ensino Fundamental da UEB “Darcy Ribeiro” no processo de concentração na realização das atividades enquanto escutam música ambiente; para informações através de noticiários em freqüência AM; nas aulas de Artes, quando realizo atividades de dança e canto.
Na verdade, as escolas onde trabalho, atualmente, não tem projeto de uso pedagógico do rádio. Com essa experiência e aprendizagem neste curso, estou motivado para levar em frente um projeto de “Rádio Recreio” que tenho tentado articular no CE “São José de Ribamar”. Esse projeto vem de uma experiência exitosa que se realizou na U. I. “Bandeira Tribuzzi”, no Maiobão, quando eu lecionava naquela unidade de ensino.
O que posso dizer sobre os efeitos e a influência do rádio, na aprendizagem dos alunos nessas atividades que realizei é que o resultado é positivo.
Quando utilizei a música ambiente, a sala ficou mais tranqüila, eles ficaram mais calmos e concentrados na atividade e produziram melhor.
Ao ouvirem notícias, tem facilidade de entender e depois relatar os fatos tanto oral como na escrita. E, na aula de Artes, conseguem acompanhar a letra e a melodia e dançam com desenvoltura.
Desse modo, o rádio propicia um ambiente alegre, divertido, aconchegante, integrador e motivador, oportunizando um maior prazer no processo ensino-aprendizagem.
BIBLIOGRAFIA
Introdução à educação a distância. Araci Hack Catapan … et al – Florianópolis: Filosofia/EaD/UFSC, 2008.
O radio na educação. Disponível em : http://www. eproinfo.mec.gov.br. Acesso em: 18/04/2010.
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