INTERNET: os benefícios e os perigos em questão
VALDECI CANTANHEDE COSTA
1. INTRODUÇÃO
Discutir a questão dos benefícios e os perigos que rondam a rede mundial de computadores, a Internet, deve ser agenda prioritária, sobretudo, de pais e educadores em escala mundial.
O debate a ser travado sobre esse tema não deve se limitar a propostas de exclusão, privação ou proibição de crianças, jovens e adolescentes de acessar a rede, mas, uma discussão muito mais ampla e cuidadosa que postule e priorize a segurança, o uso livre, benéfico e democrático desse e de outros meios de comunicação, envolvendo para isso, a participação ativa e atenta das instituições familiares e educacionais, além do conjunto da sociedade em geral nesse debate.
Outro aspecto relevante nessa questão, são as ações de cunho governamental voltadas para a implementação de projetos e programas educativos com finalidade social de inclusão digital que beneficiem as camadas menos favorecidas da sociedade, o que redundaria, inevitavelmente, num esforço conjunto entre família, escola, governo e sociedade.
2. OS BENEFÍCIOS E OS PERIGOS DA INTERNET
Nesse contexto, o tripé: formação, orientação e acompanhamento, que sustenta a base dessa estrutura não devem jamais ser esquecidos quando se trata do acesso e navegação na Internet, em especial de criança, jovens e adolescentes que, ao se conectarem, podem se tornar “presas” fáceis de internautas mal intencionados que ficam à espreita da desinformação e ingenuidade dessa camada da população ávida pelas novidades e encantos que a rede oferece.
Inegável, pode-se dizer, é a realidade que aí está posta como desafio para todos nós. O avanço tecnológico não é mais um sonho de alguns “lunáticos”, é pura realidade e desejo de consumo de todo mundo, sem exceção, mesmo. Aliás, o desejo de consumo e de busca por tecnologias não é exclusividade dessa geração, é antes de tudo, uma tendência que acompanha a humanidade desde os primórdios da história. Quem não tem ou não usa, sente-se excluído de seus pares, do seu grupo, da sociedade.
Entre os avanços tecnológicos, a Internet é sem dúvidas um dos feitos mais criativos e revolucionários da humanidade. Revolucionou o processo de comunicação humana como nunca; tornou o mundo “pequeno”, próximo; as distâncias encurtaram-se milimetricamente; as pessoas ficaram mais “próximas”; a notícia e a informação “andam” numa velocidade sem precedentes na história da humanidade; novas oportunidades de negócios, de conhecer o mundo estão em um clic. Enfim, com a internet não há barreiras que evite ou impossibilite o processo de interação e comunicação humanas, até mesmo em tempo real.
Não há como ignorar que as mídias e tecnologias, entre elas a Internet, constituem-se avanços necessários, positivos e benéficos às atividades humanas. Esses aparatos midiáticos e tecnológicos se enquadram e se ajustam com facilidade a quase todos os tipos de trabalho ou atividades desenvolvidas pelo homem, garantindo maior agilidade, qualidade, rigor, perfeição, dinamismo, eficiência e eficácia no processo de produção e prestação de serviços.
Não obstante, esses mesmo inventos que constroem, unem, comunicam, ajudam, facilitam, integram e socializam as relações humanas, por paradoxal que pareça, também pode ser usado no sentido contrário, lamentavelmente. A Internet é, por assim dizer, uma “faca de dois gumes” como se diz na linguagem popular. Tudo depende das mãos, das mentes e dos interesses a que ela serve.
Só para lembrar um pouco da história, a Internet surge exatamente no meio do conflito, da guerra (Segunda Guerra Mundial) para defender interesses norte-americanos de comunicação e informação sigilosas entre o alto comando militar e suas tropas, evitando assim a intercepção de planos estratégicos de guerra pelos inimigos.
Desse modo, estar conectado não representa apenas privilégios, exercício pleno da democracia e da liberdade de expressão, mas também perigo, insegurança, danos morais e financeiros, enganação, falta de privacidade, preconceito, execração pública, devassa da vida privada pessoal, familiar e profissional, etc, etc, etc.
Daí, então o soar de alerta para os internautas mais incautos, desprevenidos e descuidados e até para os mais experientes que às vezes não escapam dos perigos que a rede oferece. Então, o que fazer? Se privar de acessar a rede? Se excluir desse processo mais amplo e global de comunicação em rede? Essas seriam alternativas razoáveis para solucionar a questão da insegurança na Internet? Claro que não! As melhores alternativas são aquelas que primam pela prevenção, induzindo o internauta para o ato cuidadoso e criterioso de navegar na rede.
Na tentativa de colaborar com pais, educadores, estudantes e a sociedade em geral, propomos a seguir um checklist com algumas dicas de segurança que não devem ser negligenciadas ao se navegar na rede mundial de computadores. Veja!
• Não forneça dados pessoais ou de familiares a internautas desconhecidos;
• Evite enviar fotografias suas ou de familiares para desconhecidos;
• Não marque encontros presenciais com pessoas que conheceu online;
• Mantenha segredo absoluto sobre senhas pessoais de acesso a internet, de uso bancário ou de cartão de crédito;
• Nunca entre em sites desconhecidos ou indicados por estranhos;
• Seja seletivo ao fazer download de software;
• Nunca abra mensagens de e-mails de estranhos;
• Estabeleça regras bem definidas de navegação na Internet para as crianças;
• Informe as crianças, jovens, adolescentes e estudantes sobre os riscos e perigos que a rede oferece;
• Faça uma lista de sites que atenda as necessidades educativas, recreativas e sócio-culturais de crianças, jovens e adolescentes da família ou da escola;
• Fique sempre atento a alterações no comportamento de crianças, jovens e adolescentes que navegam na rede;
• Quando se tratar da navegação de crianças, jovens e adolescentes na rede evitem culpabilizá-los; mostre-se sempre disponível a ajudá-los, a orientá-los e acompanhá-los;
• Reveja, periodicamente, o conteúdo acessado no computador;
• Instale programas que possibilite filtrar ou selecionar conteúdos apropriados para acesso de crianças, jovens e adolescentes em computadores residenciais e escolares.
3. CONCLUSÃO
Para finalizar, queremos alertar que as dicas acima são apenas alguns alertas entre tantos outros que devem ser seguidos pelos internautas, pois em Internet, não há solução 100% segura. Cabe a todos nós o zelo pela segurança: não negligenciarmos, não nos despreocuparmos, não descuidarmos.
Outro alerta é no sentido de que a pedagogia da proibição e da fiscalização ostensivas ao acesso de crianças, jovens e adolescentes não resolvem os problemas de segurança aos usuários, o mais importante nesse caso, é adotar procedimentos educativos para garantir uma navegação mais segura, produtiva e benéfica para todos. É só seguir!
4. REFERÊNCIAS
QUAIS AS POSSIBILIDADES DA INTERNET? Disponível em:
. Acesso em: 10/04/2010.
SOCIEDADE CONECTADA. Disponível em: . Acesso em: 10/04/2010.
TECNOLOGIAS NA ESCOLA E A CRIAÇÃO DE REDES DE CONHECIMENTO. Disponível em: . Acesso em: 10/04/2010.
DESAFIOS COM AS NOVAS TECNOLOGIAS. Disponível em: . Acesso em: 10/04/2010.
Segurança na Internet. Disponível em: http://www.eproinfo.mec.br. Acesso em: 07/06/2010.
Guia para pais e educadores. Disponível em: http://www.sitiodosmiudos.pt. Acesso em 07/06/2010.